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Cidade Urbitá e UP apresentam resultados do projeto para conservação da Lobelia brasiliensis

O plano visa a execução de ações com enfoque na conservação, manejo e gestão para minimizar as ameaças e riscos de extinção da população de Lobelia brasiliensis no Distrito Federal


O propósito do plano desenvolvido pela Urbanizadora Paranoazinho e cidade Urbitá em parceria com a empresa Difusão Consultoria ltda, aprovado pelo Instituto Brasília Ambiental em setembro de 2020, é estabelecer ações de manejo e gestão para a conservação e proteção dos indivíduos da espécie Lobelia brasiliensis, identificadas na área de influência direta do empreendimento Urbitá.


Lobelia brasiliensis


A Lobelia brasiliensis é uma espécie endêmica do Distrito Federal, considerada rara e ameaçada de extinção segundo o Centro Nacional de Conservação da Flora (CNC-Flora). Ela é encontrada em locais sobre solo hidromórfico, em brejos, campos e locais úmidos, mata seca, mata de galeria ou buritizais, sem interferência humana. A espécie gera pendões de flores roxas de grande beleza e pode ultrapassar 2 metros de altura. Apesar de possuir vocação paisagística e ornamental, os escassos estudos científicos sobre a espécie demonstram que ela necessita de condições específicas de água e incidência de luz para que haja a germinação, o que dificulta ainda mais sua propagação fora dos ambientes naturais.


A espécie foi registrada em áreas de assentamento rural em algumas regiões do Distrito Federal, sendo uma delas o interior da Fazenda Paranoazinho, local onde futuramente será a cidade Urbitá. As principais ameaças à espécie estão relacionadas a expansão urbana desordenada que resulta em impactos e alterações nas características dos habitats na qual a espécie se encontra.


O Plano de Ações de Conservação


A espécie foi registrada na Área de Influência Direta do empreendimento Urbitá, fazendo com que o Instituto Brasília Ambiental (IBRAM) solicitasse a Urbanizadora Paranoazinho (UP) que fosse apresentada proposta de plano de ações para a conservação da população de Lobelia brasiliensis situada no local. O plano foi elaborado pela UP e cidade Urbitá em parceria com a empresa Difusão Consultoria Ltda, no contexto dos estudos de redução, compensação e mitigação dos impactos ambientais advindos da instalação e operação do empreendimento e teve como objetivo apresentar ações de preservação, conservação, manejo e gestão que visem minimizar as ameaças e riscos de extinção da população da Lobelia brasiliensis.


Posteriormente, o documento passou por um processo de aprovação junto ao IBRAM e teve sua versão final aprovada em 25/09/2020, por meio do Parecer Técnico SEI-GDF n° 33/2020, emitido pela Superintendência de Unidades de Conservação, Biodiversidade e Água (SUCON) do órgão.


Ao todo o plano conta com 8 ações, elencadas em uma matriz de planejamento, que vão desde o estabelecimento de parcerias com instituições de pesquisa e viveiros, para viabilizar o estudo sobre a propagação e reprodução da espécie, até o levantamento de campo para a identificação, mapeamento dos locais de ocorrência e determinação das áreas prioritárias a conservação da planta. Também são apresentadas ações de integração com outros planos e programas ambientais desenvolvidos para o empreendimento Urbitá, como é o caso do Programa de Resgate de Flora, Programa de Educação Ambiental, que visam a recuperação de áreas degradadas e paisagismo.


A execução das ações previstas no plano


Sequencialmente à aprovação pelo IBRAM, foi contratada a empresa Difusão Consultoria ltda, sob coordenação técnica do Eng. Florestal, MSc Renato Nassau Lôbo para executar as ações previstas no plano, sendo que os trabalhos tiveram início em novembro de 2021.


Em 29 de setembro de 2022, a Urbanizadora Paranoazinho apresentou a Superintendência de Unidades de Conservação, Biodiversidade e Água (SUCON) do Instituto Brasília Ambiental (IBRAM) o 1° Relatório de Execução das Ações Do Plano de Ações de Conservação da Lobelia brasiliensis, descrevendo as atividades e resultados obtidos em decorrências das ações executadas até junho de 2022.



Durante o período foram realizadas atividades que contaram, inclusive, com a participação do IBRAM e ONGS locais, como é o caso do projeto RPP Moura, que atua na conservação voluntária de uma importante área com ocorrência da planta.



Também foram realizadas apresentações a pesquisadores e instituições de pesquisa como Embrapa, UnB, Jardim Botânico e viveiros de mudas, no intuito de fomentar parcerias com o enfoque na produção de conhecimento científico sobre a espécie.


A Urbanizadora Paranoazinho (UP) aponta que com o mapeamento dos indivíduos da espécie, foi possível verificar que não há ocorrência dentro das áreas de supressão vegetal. Além disso, as áreas prioritárias para a conservação localizadas dentro da Fazenda Paranoazinho, se encontram resguardadas pelo Sistema Integrado de Áreas Verdes, que compõe o Plano de Urbanização Urbitá, aprovado pelo Governo do Distrito Federal.


O sistema possui um mosaico de parques, espaços livres de uso público e Reservas Particulares do Patrimônio Natural com o objetivo de estabelecer uma camada de proteção para o trecho sul do Ribeirão Sobradinho.


A UP ressalta sobre a necessidade de se realizar esforços conjuntos para que a Companhia Imobiliária de Brasília – Terracap, proprietária das áreas localizadas na margem norte do Ribeirão Sobradinho, adote a proposta e expanda os limites da Zona Parque para resguardar a rica comunidade da espécie localizada na região.


Como próximos passos, as empresas responsáveis explicam que ainda serão desenvolvidas ações de Educação Ambiental, com o intuito de divulgar e sensibilizar a comunidade local sobre a importância de se preservar esta espécie rara da flora do Distrito Federal. Também serão instaladas parcelas de monitoramento para possibilitar o estudo aprofundado do ciclo de vida da espécie.

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