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As cidades são seguras porque têm pessoas ou têm pessoas porque são seguras?


Foto: Reprodução


Em meio aos prédios que compõem a cidade, há uma série de espaços públicos que são fundamentais para criar e fortalecer conexões. Se ocupados, esses espaços passam a definir a identidade da cidade, tornando-a mais segura, ativa e agradável. Trabalhar na criação de uma cidade referência em segurança e bem-estar está entre as prioridades do projeto da Urbitá.


De acordo com o último censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado em 2010, que mediu a sensação de segurança da população brasileira no seu dia a dia, cerca de 47,9% dos moradores se sentem inseguros nas cidades onde vivem. A pesquisa revelou que a sensação de insegurança aumenta à medida que a população se afasta do local onde mora, pois neste movimento perde a familiaridade com o espaço que ocupa.


Promover a interação do morador com a cidade é vital para que ele se sinta seguro. Nos espaços públicos se manifestam as principais trocas e relações humanas e com o espaço urbano, onde a diversidade de usos colabora para estabelecer e construir a vocação de cada lugar. Quanto mais diversificados e vivos os espaços de uma cidade, menor a sua desigualdade social e mais democrática ela se torna.


As áreas públicas ajudam assim a moldar os laços comunitários, se tornam locais de encontro, facilitam a mobilização da comunidade, estimulam os moradores e ajudam na inibição da criminalidade. Espaços atrativos trazem também benefícios para a saúde física e mental de quem os ocupa, as pessoas se sentem melhor e tendem a ser mais ativas em locais agradáveis.


De acordo com o Project for Public Spaces (PPS), organização dedicada a ajudar as pessoas a criar e manter espaços públicos, um bom espaço público precisa ter ao menos dez diferentes possibilidades que as pessoas possam fazer nele, ou seja, dez motivos para estejam lá.


A presença de estabelecimentos como bistrôs, cafés, comércios, escolas, livrarias, se torna essencial para atrair pessoas e tornar o ambiente mais amigável e seguro, pois promove a interação e troca de ideias, facilitando encontros e impactando assim diretamente na qualidade do espaço urbano.


A vitalidade dos espaços é promovida também pela ativação das fachadas dos edifícios que, para contribuir para a sensação de segurança, devem ser construídos colados a calçada.


Essas fachadas ativas facilitam a comunicação entre o nível térreo dos prédios, a calçada e a rua em frente, colaborando diretamente para ampliar a segurança de quem circula pela cidade, além da composição do desenho urbano.


A dinâmica que se estabelece passa a ser então uma via de mão dupla: as pessoas estarão na rua se sentirem segurança e a rua será um ambiente mais seguro quanto mais pessoas estiverem nela.

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