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Moradores de Barcelona são incentivados a reocupar pontos turísticos da cidade

Atualizado: 18 de dez. de 2020



Você já teve uma experiência de turismo na sua própria cidade? Em Barcelona, os moradores vêm sendo incentivados a visitar os principais pontos turísticos como forma de reocupar a cidade e contribuir com a retomada econômica, já que boa parte da receita vem do turismo. Para se ter uma ideia, em 2018, o turismo representou 12,3% do PIB espanhol e 12,7% das vagas de emprego no país.

Para a ideia funcionar, foi preciso mudar o preço das atrações. Em vez de cobrar o tradicionais 26 euros para a Basílica da Sagrada Família, os mantenedores da obra-prima de Gaudí passaram a oferecer levas de ingressos gratuitos. Sem as usuais aglomerações e flashes de câmeras, o passeio ficou mais tranquilo e agradável.

Já a Casa Batló, outro marco arquitetônico da cidade, promoveu sorteios de ingressos para os catalães durante todo o verão. Em outubro, trouxe o projeto Noites Mágicas, que inclui uma visita cultural e shows musicais com desconto de 10 euros para todos os espanhóis, de olho em estimular também o turismo nacional. A movimentação vem ajudando a manter postos de trabalho e a atividade econômica enquanto o turismo internacional segue enfraquecido.


Efeitos da pandemia


Antes da pandemia, era comum em Barcelona encontrar a mensagem “Tourist go home” (Turista, vá para casa) pichada nos muros da cidade. A frase sintetiza o protesto dos moradores sobre os efeitos colaterais da intensa atividade turística: aluguéis caros, transportes públicos lotados e custo de vida altíssimo. Em 2019, a cidade recebeu 12 milhões de visitantes - mais de sete vezes seu contingente populacional, de 1,6 milhão de pessoas. A média de gasto de um turista estrangeiro era de 195 euros por dia.

Mas a desaceleração do turismo acertou em cheio a gastronomia, as atividades culturais e o setor hoteleiro, causando perdas econômicas e desemprego que tiveram justamente a população local como principal afetada. Ironicamente, os turistas foram finalmente embora, mas levaram com eles a estabilidade financeira, ameaçando a sobrevivência de empreendedores e dos pequenos e médios negócios. A pandemia mostra a necessidade de buscar um equilíbrio entre forasteiros e locais, para que se criem relações produtivas com mais qualidade de vida para todos.

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